Tive meu filho aos 41 anos.
Nesse momento de profunda transformação, decidi assumir meus cabelos brancos. Pintava há cerca de 20 anos e não fazia ideia de como eles eram. Esse, aliás, foi o argumento imbatível que minha amiga e musa visagista Debora Gotlib (criadora da incrível Casa Jupiter) usou e que me pegou de jeito. “Se você não gostar, você pinta de novo”, ela disse.
Curiosa, decidi fazer a temida transição: aquela fase em que o cabelo fica metade pintado, metade branco, com as raízes aparentes. Atravessei usando um spray que cobre a raiz e, assim que meu filho nasceu, cortei bem curtinho. Desde então nunca mais pintei, há sete anos.
Foi uma profunda transição imagética, e o processo foi lento e intenso. No começo, não gostava do que via no espelho (quando tinha tempo para isso). Mas, depois de alguns anos (sim, foram anos) fui aceitando e me encantando com essa nova beleza que florescia.
Levou um tempo até eu enxergar essa nova beleza. Hoje não só me enxergo, como me identifico profundamente com as nuances cor de prata do meu cabelo.
Cabelo branco, pra mim, não é sobre o velho. É sobre o novo.
É libertação e renascimento.
Aqui dois momentos dessa fase “curtinho”
*foto 1: quando fui indicada na categoria de “Melhor Jornalista Musical” no Womens Music Event, ao lado de Karol Conka, Anelis Assumpção e Karina Buhr.
*foto 2: curso de radio digital que ministrei no SESC junto com Biancamaria Binazzi, Amadeu Zoe e, na época aluna (e que hoje é parceira de podcast) Claudia Rocha.
*foto 3: ensaio fotográfico como modelo “categoria 45+” e filme que fiz para Natura



