No ar entrevista que fiz com a compositora, cantora e cineasta Ava Rocha para o Elástica sobre o lançamento de seu mais recente – e urgente – filme chamado “Mãe,”.
“Nada parou. Existe toda uma energia circulando. Hoje, se você não se agarrar a sua liberdade expressiva, você está ferrado. Isso se aplica a todas as pessoas, artistas ou não. É momento de ter essa coragem, essa energia, e se agarrar a essa expansão. Não se deixar controlar por opiniões, padrões, fiscalizações. O foco deve ser a vida, independente do que você faça”.
“Fui desenhando a estrutura e foram surgindo imagens, como a relação que faço entre a mulher e a floresta. Sinto que a energia masculina é muito conectada ao capitalismo, o patriarcado e a opressão. Por outro lado, a mulher é um corpo que vai se desdobrando. Ou seja, como se a floresta também fosse o corpo da mulher. Nós mulheres incorporamos a dor da floresta, e a dor da floresta incorpora a dor da mulher. E o sistema ceifa essa energia da criação, da gestação, da beleza, da leveza, que pra mim é o feminino”.